Quem és tu homem da rua
que no meio da chuva me acenas
e interrogas os meus sentimentos
enquanto a chuva te lava o rosto?
Serás tu o Cristo ou o anti-cristo,
o Louco da Cruz ou o pérfido maligno,
o que me persegue ou o que brota de mim
que apenas, eu como tu, existo?
Deixa-me ficar contigo nessa chuva
em que tu, desconhecido, te encontras
comigo e, deste encontro, abre o sol
que nesta existência aclara à luz
e então nem eu sou Cristo
nem tu o tal anti-cristo
Sou eu, és tu, nós loucos e pérfidos
ora por amor, ora por maldade,
a abraçar o mundo que nos cerca.
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