terça-feira, 7 de outubro de 2008

Num dia de chuva

Quem és tu homem da rua
que no meio da chuva me acenas
e interrogas os meus sentimentos
enquanto a chuva te lava o rosto?

Serás tu o Cristo ou o anti-cristo,
o Louco da Cruz ou o pérfido maligno,
o que me persegue ou o que brota de mim
que apenas, eu como tu, existo?

Deixa-me ficar contigo nessa chuva
em que tu, desconhecido, te encontras
comigo e, deste encontro, abre o sol
que nesta existência aclara à luz

e então nem eu sou Cristo
nem tu o tal anti-cristo
Sou eu, és tu, nós loucos e pérfidos
ora por amor, ora por maldade,
a abraçar o mundo que nos cerca.